As ações do Twitter (TWTR) caíram 7% no pré-market de segunda-feira (11), em curso para abater cerca de US$ 2,5 bilhões do valor de mercado da empresa de mídia social após suspender permanentemente a conta do presidente dos EUA, Donald Trump.
A suspensão ocorreu no momento em que alguns republicanos atacaram a plataforma, no fim de semana, por mutar um de seus participantes mais vistos, com os comerciantes apontando para os sinais de que o caso estava alimentando ainda mais os pedidos por uma maior regulamentação da internet.
A empresa disse que a suspensão da conta de Trump, que tinha mais de 88 milhões de seguidores, foi devido ao risco de instigar mais violência, após o ataque ao Capitólio dos EUA na quarta-feira (6).
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Trump recebeu outras proibições além do Twitter (TWTR)
Outras plataformas de mídia social, incluindo Facebook Inc (FB), foram rápidas em emitir proibições semelhantes na semana passada ao presidente que está deixando o cargo, após a violência no Capitólio.
Mas a queda nas ações do Twitter (TWTR) foi muito mais forte do que para qualquer um de seus concorrentes. Foi a primeira vez que a empresa proibiu um chefe de Estado e foi acompanhada pela suspensão de contas pertencentes aos fãs mordazes de Trump.
“Trump tem um grande número de seguidores leais e muitos desses olhos desaparecerão se Trump for permanentemente impedido de postar”, disse Andrea Cicione, chefe de estratégia da corretora TS Lombard.
A mídia dos EUA também informou que a polícia de San Francisco estava se preparando para um possível protesto de partidários pró-Trump do lado de fora da sede do Twitter (TWTR) nesta segunda-feira.
Evento pode levar a maiores regulações da internet
O comissário da União Européia, Thierry Breton, disse que os eventos no Capitólio provavelmente marcariam uma era de regulamentação mais rígida das mídias sociais, comparando-a à repressão global ao terrorismo após os ataques de 11 de setembro de 2001.
Segundo ele, o fato de um CEO poder desligar o alto-falante do Presidente dos Estados Unidos sem qualquer controle e equilíbrio é desconcertante, conforme escreveu Breton em uma coluna para o Politico.
“Não é apenas a confirmação do poder dessas plataformas, mas também mostra profundas fragilidades na forma como nossa sociedade se organiza no espaço digital.” finalizou Breton.
O Twitter (TWTR), Facebook (FB) e Google (GOOGL) enfrentaram um aumento nos custos de moderação de conteúdo em suas plataformas nos últimos anos, até agora contrabalançado por aumentos nas receitas que obtêm com publicidade e outros serviços.
Biden se mostra contra o poder de big techs
O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, foi citado por criticar a arrogância avassaladora dos líderes do setor, e analistas esperam mais medidas legais para conter o poder do Facebook (FB) e outros nos próximos quatro anos.
A moderação incremental pode ser bem-vinda, mas não é barata e pode beneficiar o Facebook (FB), que já emprega um exército de moderação cerca de seis vezes maior do que a força de trabalho do Twitter (TWTR), escreveram analistas da Bernstein (AB) em uma nota.
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Traduzido e adaptado por equipe Folha Capital.