Agenda ambiental do Brasil influencia negativamente o investimento no país

A conscientização da importância do meio ambiente e a necessidade da adoção de medidas para preservá-lo, se tornou uma pauta fundamental no mundo dos negócios. Desde as grandes às pequenas empresas vêm adotando políticas de sustentabilidade em suas organizações.

Com o aumento da relevância desse tema, o mercado também passou a atentar-se aos países que não apresentam uma agenda ambiental sólida e eficiente. O Brasil, por exemplo, vem conquistando uma imagem ruim no exterior em razão do crescente desmatamento da Amazônia.

Este fator pode não só impedir investimentos no país, mas pode ser empecilho para conclusão de negociações importantes já em andamento como o acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul. Muitos países do bloco se posicionaram contra o acordo sob o fundamento da falta de prioridade do governo brasileiro com as questões ambientais.

Agenda ambiental do Brasil influencia negativamente o investimento no país
Fonte: (Reprodução/Internet)

Entenda a importância da sustentabilidade nos investimentos.

Questões ambientais e os investidores estrangeiros

O mercado financeiro vem mudando sua abordagem com o passar dos anos. Com isso, as gestões que não possuem agenda voltada ao meio ambiente tem afastados os investidores. Agora, a abordagem sustentável é fator decisivo para o emprego de capital.

Alessandro Zema, presidente da instituição bancária Morgan Stanley, afirmou durante entrevista ao Estadão que a tendência mundial é que o público investidor pressione cada vez mais as empresas à adotarem políticas de preservação ao meio ambiente.

O executivo acredita que a falta de atenção do Brasil a este movimento tem impulsionado a imagem negativa, que o exterior tem do país. Este comportamento impede que as companhias brasileiras atraiam o capital internacional.

Agenda ambiental do Brasil influencia negativamente o investimento no país
Fonte: (Reprodução/Internet)

Os atuais investidores no mercado nacional têm cobrado dos administradores mudanças em relação às prioridades empresariais. Esta atitude é fruto da transação das abordagens irresponsáveis para as conscientes, dando a devida relevância à proteção natureza.

Para o empresário, a prioridade do governo sobre a discussão desta temática junto com as reformas tributárias são os pontos principais para fomentar a economia do país, bem como destravar impasses de relação comercial nas negociações entre o Mercosul e a UE.

Governo é pressionado por investidores

Há um mês atrás, cerca de 230 investidores do exterior, que movimentam trilhões de reais no Brasil , procuraram representantes do país em diversos países para pedir intervenção do governo no desmatamento da Amazônia.

Após a repercussão, o vice-presidente Hamilton Mourão promoveu um encontro online com esses gestores de capitais, na última quinta-feira. Junto com ele, estiveram os ministros da Casa Civil (Braga Neto), Meio Ambiente (Ricardo Salles), Comunicação (Fábio Faria), Agricultura (Tereza Cristina) e Relações Exteriores (Ernesto Araújo).

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Fonte: (Reprodução/Internet)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também participou da reunião que visava apresentar mudanças na agenda ambiental do governo brasileiro. No entanto, para os especialistas, a iniciativa soou como insuficiente para conter a imagem que o Brasil tem como um país que desmata.

De acordo com o profissional do meio ambiente, Carlos Rittl, a alteração no discurso do líderes do país não é o bastante para frear a fiscalização do exterior em cima das práticas de desmatamento do Brasil, disse o pesquisador à BBC News Brasil.

A estimativa é que o índice de 2020 seja superior em 30% ao nível de desmatamento registrado em 2019. Um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou que o alerta de destruição da vegetação da Amazônia é de 3.069,57 km².1.