O IRB Brasil tem passado por maus bocados em 2020. A líder do mercado de seguros do país protagonizou escândalos e teve sua imagem prejudicada em razão das fraudes em contratos realizadas pelo ex-diretor de finanças, Fernando Passos.
Após a descoberta das irregularidades do gestor, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) tem pressionado a empresa para o devido cumprimento das normas, como por exemplo a recuperação do equilíbrio de seus ativos.
Recentemente, com a finalidade de atender às exigências, a resseguradora anunciou a promoção do Itaú e Bradesco na administração da injeção do capital de 2,3 bilhões de reais. No entanto, a iniciativa parece não ter sido suficiente para conter a onda de descredibilidade.
Entenda o motivo que motivou o banco suíço a realizar avaliação negativa dos ativos do IRB Brasil.
Relatórios financeiros equivocados
No começo do ano, a notícia de que uma fraude cometida por um dos principais executivos do IRB veio à tona. Depois da descoberta da ilegalidade do empresário, ele foi desligado da instituição. O rombo gerado na empresa foi de 60 milhões de reais.
Até então, a dúvida de que a asseguradora é uma empresa confiável para se investir vem pairando no mercado financeiro. Com a constatação de que dados financeiros divulgados pela gestão estavam maquiados, o Credit Suisse se manifestou na última quarta-feira (2).
Segundo informações do seudinheiro, o banco europeu avaliou os ativos da companhia e atribuiu a ela o status de “underperform”, que é o termo usado para classificar que as ações de uma empresa são pouco recomendáveis para investimento.
Além da queda na categoria de avaliação, os papéis da companhia também foram desvalorizados, com recuo drástico de 31,8%. Eles estavam precificados em R$43, com o tombo este valor caiu para R$7,50.
Além disso, os ativos da Bolsa apresentaram perdas de 7,36% em um único dia. Esse desencadeamento de registros ruins soma às perdas que chegaram a 70% só no primeiro semestre.
Segundo a Credit Suisse, os números apresentados pelo IRB não batem com o resultado obtido pelo banco. Com o estudo financeiro, notou-se que a lucratividade da seguradora é 13%, índice muito inferior ao anunciado pela companhia. Por este motivo, a instituição europeia chegou à conclusão de que os ativos não são sólidos, logo não são recomendados para aplicações.
Embora a companhia tenha sido rebaixada, os profissionais do exterior acreditam que a nova gestão do IRB junto com as iniciativas de capitalização em parceria com o Itaú e Bradesco podem devolver a credibilidade à seguradora.