Nesta última quarta-feira (5), o Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reuniu, como de costume, para decidir sobre o destino da taxa básica de juros, a Taxa Selic.
Em decisão unânime do membros, o Copom promoveu novo corte da Selic de 2,25 para 2% ao ano, o que corresponde à redução de 0,25 ponto.
Esta baixa no piso dos juros não é visto desde o ano de 1999, quando o regime de metas de inflação passou a controlar o nível de preços no país.
Saiba mais informações sobre o novo piso histórico da taxa Selic.
Nono corte da Taxa Selic em 1 ano
A Taxa Selic, taxa de referência de controle da inflação, sofreu o seu nono corte consecutivo que teve início em agosto de 2019, quando a Selic se encontrava no piso de 6,5% ao ano.
Há pouco mais de um mês, o Banco Central afirmou que um novo ajuste não seria desconsiderado, mas que a redução seria mais branda que a penúltima de 0,75 ponto.
Em comunicado, o Copom fundamentou a iniciativa declarando que apesar da intensidade de estímulos monetários no país, é necessário manter a prudência e a estabilidade financeira.
Segundo o conselho, a pandemia do coronavírus continua impactando a economia e gerando a maior retração neste setor em todo o mundo, o que não era visto desde a Grande Depressão.
O ajuste da Selic já era aguardado pelos especialistas do mercado, que avaliaram a recuperação econômica como lenta devido à Covid-19. Enquanto isso, o fraco consumo da população mantém a inflação baixa.
Possibilidade de novo ajuste
Quanto à possibilidade de um novo ajuste o Copom não descartou a possibilidade, deixando a entender que um futuro corte seria de menor intensidade.
“[…] o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”, afirmou o conselho.
A posição do conselho esbarra na análise feita pela maioria dos profissionais do mercado, que esperavam que a taxa básica de juros ficasse em 2% até o final deste ano.
Caso novos cortes aconteçam, eles serão feitos de forma gradual a depender da avaliação do percurso fiscal do país e da análise da inflação prospectiva, de acordo com o Banco Central.
Objetivo do BC
Com a pandemia, a inflação atua bem inferior à meta projetada pelo Banco Central para este ano, vinculado à moderação dos preços registrado no ano anterior.
Diante deste cenário, o objetivo do BC é atingir, dentro de 12 meses, uma variação média de inflação de 4% medida pela IPAC, com tolerância entre 2,5% e 5,5%.
A porcentagem atual é de 1,92% ao ano, conforme divulgado em junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).