Na última semana, o Conselho Monetário Nacional (CMN) do Banco Central liberou a transferência de 325 bilhões de reais da autarquia para o Tesouro Nacional. A autorização veio após a secretaria requerer 400 bilhões de reais em 2019.
O Tesouro pleiteou a quantia alegando estar passando por restrições de liquidez, o que tem preocupado os investidores que aplicam capital nos títulos públicos do Governo Federal.
A transferência bilionária chamou a atenção dos investidores que ficaram receosos com a possibilidade de não receberam os valores destinados à dívida pública.
Entenda o que levou o Tesouro Nacional a pedir socorro ao Banco Central.
Tesouro Nacional pede socorro ao Banco Central
O Tesouro Nacional, da secretaria do Governo Federal, possui o famoso colchão de liquidez que assim como para os investidores funcionam como fundo de reserva. Com a redução deste fundo, foi necessário pedir socorro ao Banco Central.
O requerimento do valor bilionário se deve à exigência do público por maior retorno financeiro nas recém negociações de títulos do Tesouro Direto. Além disso, ocorreu também o aumento das dívidas que irão vencer nos próximos meses.
Ainda, com a crise do coronavírus as contas públicas foram fortemente impactadas o que também levou à restrição de liquidez. Segundo o Tesouro, o fundo de reserva era o suficiente para seis meses para as operações dos títulos, com a pandemia este período caiu para aproximadamente três meses.
Preocupação com o pagamento dos títulos
Com o atual volume do colchão de liquidez, a reserva de emergência do Tesouro está no limite considerado seguro pelos especialistas. E o órgão ainda precisa realizar o pagamento dos títulos com vencimentos nos próximos 12 meses.
A operação soma cerca de 693 bilhões de reais destinados aos investidores da dívida pública. Neste cenário, a Infinity Invest afirmou que com a diminuição da reserva de liquidez o Tesouro se preocupou com a possibilidade de não conseguir pagar os títulos que se encontram próximos ao vencimento.
Outro fator preocupante que contribuiu para o BC autorizar os recursos para o Tesouro é a baixa atratividade dos títulos públicos, já que a Taxa Selic encontra-se no piso histórico de 2%.
Especialistas descartam calote do Tesouro
De acordo com especialistas do mercado, apesar do quadro em questão, a decisão do Banco Central foi segura tendo em vista que o recurso possibilitou o reforço da reserva de liquidez.
O mercado ainda enxerga os títulos do Tesouro como a opção de investimento mais seguro do país e que o órgão está distante do pior cenário, descartando então o calote por parte do governo.
O máximo que poderia acontecer diante de um estado mais crítico é a impressão de moeda para pagar os investidores que adquiriram dívida pública por meio dos títulos. Logo, entende-se que o suporte pedido pelo BC não caracteriza uma possível insolvência do Tesouro Nacional.