A Cogna (COGN3) reverteu lucro de 145 milhões de reais em prejuízo de 454,7 milhões de reais entre abril e junho deste ano, segundo relatório divulgado pela empresa de educação.
A performance negativa, bem abaixo da obtida em 2019, é consequência dos impactos da pandemia do coronavírus que levou à diminuição da receita e o crescimento das despesas operacionais.
Os especialistas do mercado já esperavam por perdas do faturamento da Cogna (COGN3), tendo em vista que os estudantes enfrentaram dificuldade para manter o pagamento de mensalidades em razão da Covid-19 e do aumento do desemprego.
Entenda melhor o desempenho financeiro da Cogna (COGN3) referente ao segundo trimestre de 2020.
Redução de estudantes afeta receita da Cogna (COGN3)
Segundo o balanço da Cogna (COGN3), a receita líquida da empresa foi afetada sobretudo pela redução da base de estudantes, pela suspensão dos contratos de gestão e pela devolução de valores pagos referente aos pedidos antecipados de materiais escolares.
- Receita líquida: 1,3 bilhão de reais, recuo de 21,2%
O montante percebido a título de receita líquida foi inferior ao estimado pelos analistas financeiros, que esperavam por uma receita de 1,4 bilhão de reais.
Pagamentos atrasados aumentam despesas
Os pagamentos em atraso, o crescimento da procura pelo Parcelamento Estudantil Privado (PEP) e a alta no número de taxas de evasão impulsionou a Cogna (COGN3) a reforçar a receita prejudicada.
- Despesas operacionais: 1,3 bilhão de reais, aumento de 55%
Dentro da quantia referente às despesas operacionais 633,2 milhões de reais são de despesas com vendas, que avançaram 77% no segundo trimestre.
Lucro Ebitda da Cogna (COGN3) fecha negativo
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) fechou negativo com recuo de 122,3% e margem indicando perda de 46 pontos percentuais, para -10,2%.
- Lucro Ebitda: prejuízo de 139,5 milhões de reais, ante 624,8 milhões de lucro em 2019.
O déficit no Ebitda mostrou-se superior ao esperado pelos especialistas do Itaú BBA (ITUB4), Santander (SANB11)e BTG Pactual (BPAC11), que projetaram baixa e 23,6 na comparação anual e perda de 32,73 nos pontos percentuais.
Cogna (COGN3) tem as maiores perdas no mercado
Segundo analistas do mercado, os ativos da empresa estão entre as maiores perdas da Bolsa de Valores do país.
Nos últimos pregões, os papéis da empresa chegaram a cair 5,17%, com cotação a 6,60 reais. A projeção dos profissionais é de que com o desempenho negativo entre abril e junho, os ativos sofram mais desvalorizações.
Apesar do baixo resultado, ações da Cogna (COGN3) vêm chamando atenção dos investidores do mercado de renda variável que desejam arriscar mais nas aplicações visando uma potencial recuperação da Cogna após a pandemia.