Exercer a liderança por si só já é um grande desafio, executá-la em meio a uma pandemia é uma experiência praticamente inédita para muitos gestores. Logo, elaborar ideias para serem aplicadas na equipe e que sejam pensadas a curto, médio e longo prazo pode ser interessante.
Existem estratégias que podem ser inseridas na administração e que servem tanto para o home office como para o trabalho presencial. É válido pensar nas duas situações, já que não se sabe quando o mundo pré coronavírus irá retornar.
Motivadas por essa incerteza, algumas empresas optaram em deixar seus funcionários autuarem de casa, mesmo com o retorno das atividades em diversos setores. Com a distância física, os líderes foram levados a rever suas abordagens e os métodos de trabalho.
Veja três recomendações de Rachael Robertson, especialista em liderança e trabalho em equipe.
Especialista direciona gestores
As técnicas de lideranças utilizadas antes do coronavírus podem não ser mais eficazes para o novo momento. Por isso, enquanto não acontece a retomada integral das atividades no mundo, é interessante para os gestores fazerem uma retrospectiva da abordagem trabalhada.
É importante separar quais estratégias podem ser utilizadas nos tempos atuais, e quais entraram em desuso com a nova realidade. Para essa tarefa é igualmente importante identificar quais tendências surgiram com a quarentena, provavelmente elas se manterão em alta.
De acordo com a escritora Rachel Robertson, existem três ferramentas que podem ajudar a construir um time resiliente e colaborativo. Essas técnicas também poderão ser aplicadas com o retorno das atividades presenciais.
Dica 1. Estimule o diálogo direto
Uma liderança que deseja ter uma equipe saudável e sólida precisa desenvolver o hábito de ter diálogo direto com seus colaboradores. Isto ajuda a estabelecer o respeito entre os colegas e o gestor.
É interessante deixar claro para cada liderado que as conversas indiretas não podem acontecer, isto é, o famoso “disse me disse”. O líder de sucesso é uma figura acessível ao time e se coloca à disposição para dialogar.
Essa ferramenta irá eliminar qualquer possibilidade de disputas pessoais que acabam minando o ambiente de trabalho. É válido que o coletivo abracem este conceito pois assim, os colegas passarão a alertar entre si quando a conversa abordar um terceiro que não está presente no diálogo.
A chamada comunicação em triângulos é o que deve ser evitada também serve para o trabalho remoto. Principalmente, porque a distância tende a esfriar alguns relacionamentos e até mesmo gerar questionamentos que antes não existiam. Por isso, é interessante estar acompanhando, ainda que à distância, os integrantes do grupo.
Dica 2. Tenha transparência
O mundo corporativo pode ser bastante tenso devido à rotina. Atrasos na demanda, ônibus lotado, estresse entre os colegas e até mesmo um pisão no pé pode interferir no humor dos funcionários, afetando diretamente a produtividade.
Com a adoção do trabalho remoto essas situações se tornaram incomuns e até mesmo inexistentes em alguns casos. No entanto, espera-se que as atividades voltem a ser realizadas no ambiente de trabalho anterior.
Considerando isso, Rachel coloca em evidência a importância da transparência nos relacionamentos profissionais afirmando que alguns comportamentos no ambiente coletivo podem causar descontentamento.
Segundo a especialista, o armazenamento dessas insatisfações podem minar o desempenho dos colaboradores. Dessa forma é necessário conversar com cada indivíduo para que pequenas coisas não se tornem insustentáveis dentro do time.
Nesse ponto entra a abordagem do líder porque este é responsável por estabelecer a ordem no setor que é competente. Antes do retorno das atividades é indicado realizar um levantamento de forma individual com cada um da equipe mesmo que de forma online.
Dica 3. Priorize o respeito
Alguns gestores acreditam que a harmonia é o fator mais importante a se desenvolver em uma equipe. Para Rachel Robertson, o respeito é o ponto que deve ser priorizado pelo líder.
Isto porque dentro de um mesmo grupo existem profissionais totalmente distintos um do outro. Logo, ter discordâncias de ideias e atitudes irão acontecer, por este motivo exigir harmonia entre figuras opostas pode atrapalhar ao invés de ajudar.
O argumento é que caso exista um único padrão dentro da coletividade, opiniões e participações que poderiam agregar ao trabalho em conjunto, ficarão em oculto. Já que os colaboradores poderão pensar que o seu apontamento irá desestabilizar a harmonia criada.
Diferente do respeito, pois apesar de pensamentos distintos, não existe retaliação ou julgamento. Este fator traz o conceito de que toda ideia é válida e pode ser sugerida dentro do ambiente de trabalho.
Todas essas observações, de acordo com a profissional, merecem ser levadas em consideração, pois voltar à rotina normal depois de meses será uma tarefa difícil e imprevisível. Dessa forma, essas três ferramentas podem ajudar a redefinir a liderança e oferecer melhores condições de crescimento para os integrantes da empresa.