Diversas nações emergentes ao redor do globo podem enfrentar dificuldades relacionadas ao armazenamento e distribuição de vacinas. A AstraZeneca (AZN) já declarou que terá até 200 milhões de doses de sua vacina contra o coronavírus até o final de 2020.
Esta vacina é vista como uma das melhores esperanças para muitos países em desenvolvimento, tanto devido ao seu preço mais barato, quanto sua capacidade de ser transportada em temperaturas normais de geladeira.
O Brasil, México, Índia e Indonésia provavelmente serão os grandes beneficiários da vacina AstraZeneca (AZN) entre os mercados emergentes, segundo afirma o Deutsche Bank (DBKGn) em nota de pesquisa.
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Economias emergentes serão as mais afetadas
A Rússia, junto com a China, estão bem posicionadas, sendo os únicos grandes programas de pesquisa de vacinas caseiras em mercados emergentes. Ambos os países também enviarão parte de seus suprimentos para o exterior.
As partes mais pobres dos mercados emergentes devem ser cobertas pelo esquema de distribuição global COVAX, co-liderado pela Organização Mundial da Saúde. Mas manter qualquer uma das vacinas em temperaturas estáveis pode ser um desafio.
Analistas do Citigroup (C) disseram que o fornecimento de vacinas pode ficar aquém da demanda na maioria dos países emergentes em 2021, com as vacinas começando a aumentar a maioria das economias no primeiro semestre de 2022, em comparação com o quarto trimestre de 2021 nos países desenvolvidos.
A Goldman Sachs (GS) tem um cenário básico para a imunidade de rebanho a ser alcançada na maioria dos mercados emergentes entre o final de 2021 e meados de 2022, com economias mais ricas e aquelas com maior oferta de vacinas chegando mais cedo.
Países podem enfrentar dificuldade em armazenamento e transporte
A Índia está procurando cinco vacinas candidatas testadas localmente, bem como a vacina russa Sputnik V e a oferta da AstraZeneca (AZN). O grupo de pesquisa de investimentos TS Lombard disse que o país também está tentando aumentar capacidade de suas 28.000 unidades de refrigeração e 700 caminhões refrigerados.
A Índia fez grandes avanços na área da saúde e farmacêutica nos últimos anos, mas a logística para transportar vacinas que precisam de refrigeração através 3,28 milhões de quilômetros quadrados com rapidez suficiente ainda é a peça fundamental para inocular o suficiente da sua população de 1,38 bilhão.
O Peru também pode enfrentar dificuldades, já que até agora só garantiu a vacina Pfizer (PFE), que precisa ser enviada e armazenada a -70C, embora o governo tenha dito no início deste mês que Johnson & Johnson (JNJ) e os laboratórios da AstraZeneca (AZ) iniciariam seus testes de vacinas contra o coronavírus.
Com a terceira maior taxa de mortalidade da Covid-19 do mundo, os peruanos esperam que as exigências de frio da vacina que compraram possam ser relaxadas, escreveu Paul Domjan, analista contribuinte sênior do grupo de pesquisa de investimentos Tellimer, em uma nota esta semana.
Mercados emergentes devem demorar ainda mais a estabilizar
Mesmo se as questões relativas à distribuição e transporte das vacinas for solucionado, o impulso positivo para os mercados emergentes em geral com a vacina pode demorar mais de um ano.
“Pode não ser até o final de 2022 ou mesmo mais tarde que vacinas suficientes estejam disponíveis para economias EM de baixa renda com recursos fiscais tensos e capacidade limitada de produção doméstica”, escreveram analistas do Citigroup (C) em uma nota esta semana.
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Traduzido e adaptado por equipe Folha Capital.
Fonte: Investing.