Cresce resistência contra acordo econômico entre Mercosul e União Europeia

Estava previsto para o ano de 2020 o fechamento do acordo entre União Europeia e o Mercosul. O projeto prevê o livre comércio entre os dois blocos econômicos. Entretanto, a discussão do feito tão esperado foi adiado em razão da pandemia.

Nos últimos meses, a pauta voltou a ser o foco, entretanto, alguns fatores parecem impedir a conclusão deste acordo. Tudo indica que ao mesmo tempo que o Brasil é o grande atrativo para tirar este plano do papel, ele é o maior empecilho para o avanço.

Com a crescente onda de desmatamento na Amazônia, estrangeiros têm se mobilizado contra a parceria comercial entre os grupos, alegando descaso do governo brasileiro com as questões ambientais.

Cresce resistência contra acordo econômico entre Mercosul e União Europeia
Fonte: (Reprodução/Internet)

Cresce resistência contra acordo econômico entre Mercosul e União Europeia. Entenda o porquê do descontentamento de alguns países do continente europeu sobre o relacionamento econômico com os sul americanos.

Entenda sobre o acordo de livre comércio

A questão discutida neste acordo envolve sobretudo discussões sobre tarifas incidentes em mercadorias dos blocos Mercosul e União Europeia. As novas regras irão acrescentar muitas melhorias na parceria econômica. Uma das questões principais é a queda de tributação sobre cerca sobre 92% das exportações.

Outros produtos, essas tarifas serão integralmente retiradas como os dos setores da agricultura brasileira. Por outro lado, o grupo econômico europeu irá eliminar a tarifação de veículos, máquinas, medicamentos, roupas e tecidos.

Outros tema que se destaca e que integram o acordo são as cláusulas ambientais. Foi acordado o comprometimento entre os mútuo na promoção de políticas de proteção ao meio ambiente e reduzir emissão de gases poluentes e adotar medidas para o combate ao desmatamento.

Crescente resistência

Desde que as negociações entre União Europeia e Mercosul foram divulgadas, diversas entidades de direitos humanos e voltadas à preservação do meio ambiente têm se manifestado contra o acordo.

Segundo o G1, foi protocolado aos representantes do grupo europeu pedido de interrupção do acordo. O motivo maior da desaprovação é o enfraquecimento da proteção à Amazônia na gestão de Bolsonaro.

Para os manifestantes, a parceria não aborda claramente sanções que podem ser aplicadas aos países que possuem a cultura de depredação da natureza. Outro fator que tem influenciado é a própria redução de tarifas.

Para os profissionais do setor agrícola de países como Irlanda e França, o relaxamento tributário pode resultar em perdas para os agricultores da casa. Isto pelo fato das exportações do Mercosul não sofrerem mais tarifação, segundo o tratado.

Cresce resistência contra acordo econômico entre Mercosul e União Europeia
Fonte: (Reprodução/Internet)

Em concordância com a resistência à negociação, a Bélgica, Áustria e Holanda se opuseram ao livre comércio com os sul-americanos. Já Alemanha permanece como a maior apoiadora desta parceria.

Segundo o discurso da líder do governo, Angela Merkel, os países da América do Sul são indispensáveis para a economia. Afirmou que os alemães têm muito interesse em estreitar o relacionamento com essas economias.

É válido destacar que o próximo país a ocupar a presidência do grupo europeu é a Alemanha. Isto tem fomentado ainda mais a pressão para a interrupção das negociações. Porém, tudo indica que se depender da Chanceler alemã, o livre comércio sairá do papel.

Macron se pronuncia

O presidente da França, Emmanuel Macron, falou abertamente sobre a discordância em prosseguir a discussão do acordo com o Mercosul. E mais uma vez, o chefe do executivo do Brasil foi  a pauta principal.

Conforme notícias do portal Uol, para o político francês, Jair Bolsonaro não se mostra comprometido com o Acordo do Clima de Paris, acordo este que foi inserido no tratado de livre comércio. Ele visa a redução da poluição do meio ambiente e a adoção de políticas eficazes para conservação da natureza.

Enfim, espera-se que o acordo seja votado até o ano que vem, no entanto, a discussão da saída do Reino Unido da União Europeia pode interferir nessa agenda. De acordo com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, a expectativa é de que os resultados desse tratado reflita na duplicação das exportações de produtos brasileiros para a Europa.