Crown (CWN) pode apostar “all-in” em Blackstone (BX)

Após escândalos envolvendo a prisão de 19 de seus funcionários na China, e suspeitas de lavagem de dinheiro, a saga do Crown Resorts (CWN) pode terminar com um acordo, afinal. 

Reguladores suspenderam a licença de jogo da operadora de cassino australiana para seu novo complexo de luxo em Sydney. 

Enquanto a empresa e o bilionário James Packer consideram suas opções, a companhia de private equity Blackstone (BX) parece se adequar como uma potencial compradora.

Crown (CWN) pode apostar "all-in" em Blackstone (BX)

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Crown (CWN) busca entrar em conformidade com reguladores

Uma investigação de um ano sobre conformidade e governança deu uma guinada perturbadora na semana passada. Autoridades de jogos locais observaram novas evidências de lapsos nos protocolos de combate à lavagem de dinheiro da Crown (CWN). 

A Moody’s (MCO) rebaixou sua classificação de crédito na sexta-feira (20). Atrasar a abertura do complexo de US$ 1,6 bilhão em Sydney, que está prevista para dezembro, pode levar as autoridades a suspender a licença por completo.

A Crown está tentando acalmá-los com as práticas de remuneração e a cultura corporativa. Também prometeram parar de trabalhar com empresas não regulamentadas que trazem grandes apostadores da China.

Isso intensifica a pressão sobre a empresa de US$ 4,6 bilhões. Encontrar um novo proprietário pode ser a melhor solução de acordo com especialistas, mesmo que force Packer a vender a última parte do império de sua família com suas ações valendo um quarto a menos do que no ano passado.

James Packer já demonstrava interesse em diminuir participação na empresa

 Packer já considerou desfazer-se da empresa antes: 

  • Em 2019, as negociações com a Wynn Resorts (WYNN) fracassaram;
  • Havia acordado em deixar uma grande fatia de sua participação para o ex-parceiro da joint venture Melco Resorts & Entertainment (MLCO), antes que o acordo se desfizesse quando a investigação começou.

Blackstone (BX) pode aliviar a pressão da Crown (CWN)

A Blackstone (BX) comprou uma participação de 10% em abril e tem um histórico que sugere querer mais. Ela fez um acordo de leaseback para o Bellagio em Las Vegas, que transferiu a gestão e o risco para a MGM Resorts International (MGM) enquanto coletava receita de aluguel estável. 

A Blackstone (BX) também vendeu partes da Hilton Worldwide (HLT) durante sua propriedade e separou com lucro as propriedades do Equity Office de Sam Zell após pagar US$ 39 bilhões por ela em 2007.

Sua estrutura de hospedagem também pode ajudar a reposicionar a Crown (CWN), que enfrenta a perspectiva de menos VIPs chineses, que desapareceram em meio à repressão à corrupção do presidente Xi Jinping. 

Devido a isso, os resultados financeiros da empresa diminuíram consideravelmente de 2015 em diante. Especialistas concordam que irão haver outras possibilidades de jogo para a Crown (CWN), mas um futuro Blackstone (BX) pode estar nas cartas.

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Traduzido e adaptado por equipe Folha Capital.

Fonte: Reuters.