Em setembro, o Dólar comercial apresentou alta superior a 2% ante o Real em meio às tensões dos compromissos fiscais do país.
Além da pandemia da Covid-19, que impacta diretamente as moedas dos mercados emergentes, o Real enfrenta outras questões que estão comprometendo sua performance.
Um dos principais fatores é novo programa anunciado pelo governo, o Renda Cidadã, que causou desmotivação generalizada nos investidores e afetou em cheio a moeda brasileira.
Dólar tem alta de 2,46% contra o Real
No mês finalizado esta semana, a moeda americana teve valorização de 2,46% contra o Real, sendo cotado a R$ 5,6150 (compra) e R$ 5,6160 (venda).
Com o cenário fiscal sob os holofotes, até então o Dólar acumula ganho de 39,60% no ano, sendo a maior diferença na comparação com outras moedas.
- Rublo russo: -25,17%;
- Rand sul-africano: -19,59%;
- Peso mexicano: -16,77%;
- Peso colombiano: -16,44%.
Também com percentuais negativos, a Lira turca apresenta desvalorização de 29,69% ante o Dólar, na soma de todos os meses até setembro. Ainda, a moeda brasileira sofreu maiores perdas que o peso argentino que teve baixa de 27,25%.
Com este ranking, o Real é classificado como a pior moeda de 2020 até então. As moedas emergentes como rand sul-africano e rublo russo estão sendo vistas como as mais atrativas para investidores com apetite a risco.
Especialistas temem cenário fiscal do país
O Bank of America (BOAC34) e outros especialistas já estavam indicando preocupação com o cenário fiscal do país e como isto iria refletir no Real. O BofA, inclusive, alertou o mercado sobre a volatilidade no curto prazo.
Em meio à desmotivação com o Renda Cidadã, o gestor da Galapagos Capital, Sérgio Zanini, em exclusividade à Bloomberg, afirmou que os investidores esperam que o novo programa não seja efetivado.
Enfim, para o trader Breno Martins, da MAG Investimentos, o governo não consegue mais convencer o público de que não um eventual furo do teto de gastos não poderá ocorrer.