A Embraer (EMBR3) fabricante brasileira de aviões, divulgou balanço financeiro indicando prejuízo líquido de 2,95 bilhões de reais entre janeiro e junho de 2020. Este déficit foi resultado do desempenho negativo do primeiro e segundo trimestre.
Entre janeiro e março, o rombo foi de 1,28 bilhão de reais e de 1,68 bilhão entre abril e junho. Além de perda na lucratividade, a receita líquida ficou em 2,86 bilhões apontando recuou de 47%, quando comparado com os mesmos meses de 2019.
O relatório da fabricante também indicou baixa na produção e demanda, fechando o primeiro bimestre do ano com a entrega de apenas treze aeronaves executivas e quatro comerciais.
Entenda os fatores que influenciaram na perda de lucratividade da Embraer (EMBR3) .
Pandemia afetou entrega de aeronaves
A Embraer (EMBR3) comunicou que a pandemia afetou sobretudo a produção de aviões comerciais, refletindo retração de 75% na receita líquida da empresa. Isto colaborou para o acúmulo de 2,95 bilhões de reais em prejuízo líquido, contra déficit de 134 milhões de reais de 2019.
No primeiro semestre deste ano, a fabricante entregou vinte duas aeronaves executivas e nove comerciais, ante a trinta e seis executivos e trinta e sete comerciais distribuídas entre janeiro e junho de 2019.
Durante videoconferência, a companhia declarou que apesar do baixo desempenho a carteira comercial não sofreu cancelamentos, mas apenas alterações e negociações quanto ao prazo de entrega das demandas.
Boeing (BOEI34) rescindiu contrato com Embraer (EMBR3)
Segundo a Embraer (EMBR3), além dos impactos causados pela paralisação das atividades em razão do coronavírus, a rescisão do contrato por parte da Boeing (BOEI34) também influenciou no prejuízo bilionário da empresa no primeiro semestre.
Em 2018, Boeing (BOEI34) e Embraer (EMBR3) firmaram acordo para a compra da aviação comercial da fabricante brasileira pela gigante norte-americana. A parceria entre as marcas resultaria na criação de uma companhia conjunta (joint venture) de 5 bilhões de dólares.
De acordo com a Boeing (BOEI34), a Embraer (EMBR3) não atendeu as condições necessárias para o prosseguimento das negociações. Por outro lado, a empresa brasileira declarou que irá buscar ressarcimento pelos danos decorrentes da rescisão contratual.
Falência de companhias áreas brasileiras
Assim como no restante do mundo, no Brasil o baixo desempenho das companhias aéreas acarretou em prejuízo e também em pedido de falência de duas das maiores companhias do país, a Avianca e a Latam. A Avianca Brasil anunciou seu pedido de falência no início de julho resultado de processos judiciais e diversas dívidas.