Energia e gasolina pressionam a inflação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), medidor oficial da inflação, teve aumento de 0,26% no mês de junho e de 0,36% no mês de julho, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O dado de julho é o maior em quatro anos, porcentagem desta proporção não era vista desde julho de 2016, que bateu alta de 0,52%. O desempenho ocorreu em razão dos preços da energia elétrica e da gasolina que vêm pressionando a inflação.

O IPCA acumulou elevação de 2,21% nos últimos doze meses até julho, e de 2,13% em junho. Apesar do recentes aumento, os índices estão abaixo da meta de inflação de 4% prevista pelo Banco Central para este ano.

Energia e gasolina pressionam a inflação
Fonte: (Reprodução/Internet)

Acompanhe os últimos dados da inflação dos últimos meses.

Inflação nos preços de energia e gasolina

Apesar da flexibilização da quarentena no país, o consumo da população vem apresentando lenta recuperação. Isto pode ser observado pelo fato dos setores que mais mostraram alta na retomada das atividades foi o de energia elétrica e gasolina, impulsionados pelos reajustes em seus preços.

Combustíveis e transportes

  • Gasolina: mostrou alta de 3,42%
  • Diesel: saltou 4,21%
  • Etanol: subiu 0,72%
  • Gás veicular: crescimento de 0,56%
  • Transportes: elevação de 0,78% ante a 0,31% registrada em junho

Energia elétrica e outros serviços

Os gastos referentes à Habitação subiram em 0,80% no mês de julho, mostrando variação de 0,04% em junho como reflexo dos reajustes nos preços de energia em vários estados do país.

  • Energia elétrica: aumento de 2,59% 
  • Alimentação e bebidas: variação positiva de 0,01%
  • Custo de serviços: deflação de 0,11% contra baixa de 0,26% em junho

Energia e gasolina pressionam a inflação
Fonte: (Reprodução/Internet)

No grupo de alimentação, a variação positiva foi reflexos do aumento dos preços das carnes, que tiveram alta nas atividades de exportação.

A queda nos preços ficou na batata inglesa que foi impactada pela safra da temporada de inverno, gerando a ampliação da oferta. De acordo com os especialistas da Reuters, este desempenho é comum no meio entre junho e julho.

Quanto à deflação no setor de serviços, os analistas afirmaram que este desempenho está ligado aos reflexos negativos da pandemia no bolso da população. Para eles, os efeitos da flexibilização da quarentena ainda vão levar tempo para aparecerem neste ramo.

Segundo a Reuters, o aumento do índice de desemprego no país atrelado à retração econômica impulsionam a redução da renda familiar e, consequentemente, a diminuição da demanda.

Projeção do Banco Central

De acordo com a último relatório Focus divulgado pelo Banco Central, a projeção para inflação é de 1,63% para o final do ano. Ainda, estima-se que ocorra retração de 5,6% na economia brasileira.