Sabe-se que a internet é considerada uma “terra sem lei”, possibilitando que os internautas possam falar o que quiserem sem ser identificadas. A realidade é que para ser um usuário desse recurso requer autocontrole e empatia com o próximo.
A onda de “sincericídio”, críticas e destilação de ódio nas plataformas digitais têm incomodado grandes empresas. O mundo dos negócios tem passado por um processo de mutação, dando lugar a debates sociais e assuntos relevantes em sua política.
Prova disso é que os maiores nomes do mercado estão em busca de ferramentas que possibilitem um controle dessas publicações ofensivas, racistas e preconceituosas que não podem ser mais toleradas.
Facebook é boicotado por grandes marcas e leva prejuízo bilionário. Entenda o que levou empresas conhecidas mundialmente a suspenderem os serviços de publicidade na plataforma. Veja as recentes companhias que se manifestaram sobre esta movimentação.
Mark Zuckerberg tem seu império ameaçado
Desde a morte do segurança, George Floyd, homem negro morto por policiais americanos, a sociedade mobilizou grandes protestos e colocou em evidência discussões que precisaram ser notadas pelos grandes da indústria e do mercado.
Prova disso foi a movimentação feita por grandes marcas como Hershey’s, Verizon Communications e Coca Cola sobre a intolerância à disseminação de ódio e publicações racistas dos usuários na plataforma Facebook.
Insatisfeitos com a política de controle e supervisão da ferramenta, estas companhias anunciaram a suspensão de publicidades online no programa de Mark Zuckerberg. A medida adotada pelos empresários é uma manifestação contra conteúdos racistas e preconceituosos que são facilmente colocados no aplicativo de comunicação.
A atitude mais radical foi tomada pela Coca Cola, que divulgou o cancelamento do uso dos serviços de todas as redes sociais, afirmando em nota que: “Não há lugar para racismo no mundo, e não há lugar para racismo nas redes sociais”. Segundo o representante da marca, a interrupção deve durar no mínimo 30 dias.
Atualmente, o CEO do Facebook (FBOK34) é um dos homens mais ricos do mundo, mas caiu neste ranking após o boicote promovido contra sua companhia. De acordo com o InfoMoney, seu patrimônio teve uma redução de 7,2 bilhões de dólares com a perda de grandes clientes.
Além desse prejuízo, na última sexta feira (26), as ações da marca apresentaram queda de 8,3% no mercado financeiro. O motivo dessa baixa drástica foi o pronunciamento da multinacional britânica, Unilever, anunciar que também estaria cancelando seus anúncios na rede social.
Pepsi, Starbucks e Nestlé se manifestam
Há poucos dias das primeiras suspensões, o Starbucks e a Pepsi também se juntaram ao time de empresas que promovem o boicote ao Facebook. Para elas, a retomada dos serviços só irá acontecer depois que ocorrer a criação de recursos eficazes para limitar publicações intolerantes e ofensivas na ferramenta.
Conforme O Globo Economia, a Pepsi anunciou que o cancelamento irá perdurar até o mês de agosto. E tudo indica que esta campanha irá alcançar marcas por todo o mundo. A intenção é que companhias europeias sejam o novo público a aderir à causa.
Ao contrário dos nomes citados, a Nestlé se manifestou no sentido de não participar do boicote. De acordo com a instituição, a iniciativa dos colegas não é a solução das questões levantadas. Segundo representantes da marca, eles irão fomentar políticas de responsabilização junto ao Facebook.
Resposta de Zuckerberg
Após a repercussão das suspensões, Mark Zuckerberg se pronunciou afirmando que irá promover a fiscalização nos conteúdos inseridos no Facebook. Uma das novas medidas é a criação de um recurso que proíbe a postagem de mensagens preconceituosas baseadas em diferença de classes sociais e econômicas