A empresa brasileira Iguatemi (IGTA3) de shopping centers, obteve redução nos lucros entre abril e junho deste ano, sendo afetada pelos efeitos da paralisação das atividades comerciais devido à pandemia.
De acordo com relatório divulgado pela companhia, o lucro líquido registrado foi de 46,3 milhões de reais, significando o recuo de 23% quando comparado ao mesmo período de 2019.
O final do segundo trimestre marcou a reabertura dos shoppings do país, que voltaram a funcionar seguindo os critérios de saúde. Apesar disso, alguns centros do Iguatemi (IGTA3) se mantiveram fechados no último mês.
Acompanhe o desempenho da Iguatemi (IGTA3) no último trimestre e veja reação na bolsa de valores.
Queda na receita líquida dos shoppings
A receita líquida da empresa Iguatemi (IGTA3) referente ao segundo trimestre foi de 160,9 milhões, com baixa de 14,3% na comparação anual. O recuo neste setor foi consequência da redução nas linhas de negócios que, segundo a empresa, foram integralmente comprometidas.
As taxas de administração, por exemplo, diminuíram em 47,8% enquanto o faturamento dos serviços de estacionamento caíram em 91,6%, segundo balancete da empresa.
A demonstração financeira da companhia indica que 12 das 16 operações do portifólio de produtos estão em atuação, porém, com capacidade restrita entre 20% e 50%.
Déficit na receita de aluguel
A receita de aluguel mostrou déficit menos significativo com perda de apenas 2,8% neste volume financeiro, mesmo com a prorrogação do vencimento dos aluguéis de abril para outubro.
A Iguatemi (IGTA3) adotou a linearização nos descontos dos aluguéis. Isto significa que as perdas na receita do setor estão sendo distribuídas de forma equilibrada durante o período de vigência dos contratos de locação.
Esta prática tem o intuito de auxiliar a empresa a reduzir a volatilidade no volume da receita, que neste caso, apresentou recuo.
Segundo a CNN Brasil, esta estratégia ameniza o prejuízo obtido pelas empresas porém, pode ocasionar tensão nos balanços dos próximos meses.
Lucro operacional e redução das despesas
O lucro operacional medido pelo Etida (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) fechou o segundo trimestre em 114,9 milhões de reais, correspondendo a queda de 16,5% nos resultados anteriores.
Segundo o balancete apresentado, a companhia apontou 38,8 milhões em despesas operacionais resultando na redução de 28,8% neste setor. Esta medida combinada com a atenuação na cobrança dos impostos aliviaram os impactos da crise na companhia.
Posição de caixa e dívida líquida
Como consequência do angariamento de 300 milhões de reais em debêntures, a posição de caixa teve alta de 17%, para 1,2 bilhão de reais entre abril e junho de 2020.
Já a dívida líquida foi para 1,56 bilhão de reais sendo 2,66 vezes maior que o registrado nos relatórios financeiros de 2019.
Desempenho na bolsa de valores
Considerando como efeitos da pandemia a receita e até mesmo as ações de shoppings ficaram comprometidas, mas indicam bom resultado neste período de retorno das atividades.
As ações da Iguatemi (IGTA3) chegaram a saltar 8,74%, às 12h22, mostrando reação positiva na bolsa de valores após a divulgação do relatório referente ao segundo trimestre. Os papéis da empresa estavam sendo negociados a 35,21 reais.