Levantamentos dentro e fora do Brasil indicaram crescimento da indústria brasileira nos últimos meses. Na terça-feira (4), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o setor industrial do país cresceu 8,9% em junho.
A empresa britânica IHS Markit informou que o Índice de Gerentes de Compra (Purchasing Managers’ Index, em inglês) da indústria brasileira avançou 58,2 pontos em julho, contra 51,6 obtidos em junho.
O resultado indica um nível acima dos 50 pontos, média que separa contração do crescimento. O marco é alcançado pelo segundo mês consecutivo e representa a pontuação mais alta dos levantamentos feitos pelo IHS Markit, que teve início há 15 anos atrás.
Veja o desempenho do setor industrial do país e quais ramos tiveram os melhores resultados.
Reaquecimento da manufatura é responsável
Segundo a instituição britânica, o número é consequência do reaquecimento da economia manufatureira do Brasil. De acordo com o especialista em economia do IHS Markit, Paul Smith, o setor de manufatura do país bateu recorde de crescimento em julho.
Porém, com a instabilidade que paira nas economias e com o surgimento contínuo de novos casos de contaminação do coronavírus, o economista informou que ainda existem riscos futuros para o setor industrial do Brasil e do mundo.
Como justificativa do crescimento do setor, o profissional mencionou que o aumento da demanda na indústria foi o motivo decorrente da retomada econômica do país, após meses de paralisação das atividades em razão da Covid-19.
Resultados do comércio doméstico e de exportação
- O comércio doméstico de manufatura teve o segundo aumento mais expressivo. As demandas por novas encomendas registrou avanço superior ao registrado no começo de 2010, segundo o ISH Markit.
- O comércio de exportação do setor permanece tímido, indicando que as negociações com consumidor do exterior tiveram baixa pelo décimo primeiro mês consecutivo, de acordo com o levantamento da empresa britânica.
Otimismo sobre o futuro
Em entrevista feita pelo ISH Markit, 80% das pessoas entrevistadas responderam que se sentem otimistas sobre o futuro da indústria. Dois fatores motivam o público, são eles:
- Recuperação das negociações nos próximos 12 meses
- Retomada no volume de demandas pelas empresas do setor manufatureiro.
Pontuação não supera perdas da indústria
Apesar dos dados divulgados pelo IBGE indicarem avanço de 8,9% na produção industrial no mês de junho, a alta ainda não é suficiente para zerar o acúmulo de 26,6% em perdas obtidas entre março e abril. Ainda restam 13,5% a serem combatidos, de acordo com o G1.