O mercado financeiro global vem aderindo de forma incisiva o investimento sustentável e suas ramificações. No Brasil, essa frente tem crescido de forma mais lenta, porém, a realidade é que esta tendência poderá estar ainda mais presente após o coronavírus.
A pandemia acelerou o processo de transformação do mundo, as pessoas passaram a voltar seus olhos para a sociedade se preocupando com o que tem sido feito para melhorá-la de forma significativa.
O investimento de impacto está ligado a esta nova percepção do todo, já que as empresas e investidores deste ramo visam, além do retorno financeiro, gerar impacto social e ambiental.
Acompanhe o desempenho deste ramo de investimento nos últimos anos.
Segmento dentro da metodologia ESG
Para fazer um bom investimento hoje em dia, observar apenas as exigências de governança, rentabilidade e capital não é mais suficiente.
Dessa forma, analisar quais serão os reflexos das aplicações no meio ambiente e na sociedade está cada vez mais presente nas preocupações dos investidores ricos.
O investimento de impacto é um segmento ligado à metodologia ambiental, social e de governança chamado Environmental, Social and Governance (ESG) em inglês.
Este estilo de emprego de capital é amplamente conhecido nas startups que capitam incentivos financeiros de fundos de investimento de venture capital e private equity.
Mercado em expansão
A procura dos investidores mais ricos em promover mudanças mensuráveis com seus investimentos têm impulsionado a expansão deste mercado. Veja os dados do Global Sustainable Investment Alliance:
- Investimento responsável atingiu 31 trilhões de dólares em todo o mundo;
- 36% dos ativos totais sob gerenciamento;
- Desse montante, 500 bilhões de dólares sob gestão é referente ao investimento de impacto;
- 1.300 instituições financeiras investem nesses ativos
- 12 trilhões aplicados em ativos sustentáveis nos Estados Unidos
Segundo o Valor Investe, algumas gestoras que atuam no Brasil adotaram a nova tendência em seus produtos.
- Constellation
- XP
- JGP
- Warren
- Fama
De acordo com informações da B3, o Índice de Sustentabilidade Empresarial da bolsa brasileira, o ISE, atingiu marca recorde no interesse neste marcado por parte das empresas, indicando 46 novas companhias inscritas em 2019, ante a 36 em 2018.
Opções de investimento sustentável em renda fixa foram trazidos do exterior para o Brasil, como é o exemplo dos “green bonds”.
Investidores ricos
Alguns investidores com grande poder aquisitivo já destinavam seu capital para fundações ou organizações voltadas em promover melhorias na sociedade e no meio ambiente.
No entanto, este público tem mostrado interesse no investimento de impacto que tem despontado no Japão, Europa, Estados Unidos e aos poucos, no Brasil.
Em 2019, as companhias que atuam no investimento de impacto socioambiental tiveram retorno financeiro de 24,8%, segundo o índice global de ativos MSCI ESG Sustainable Impact que acompanha 8.500 empresas .
- Comparação com o índice geral MSCI ACWI: o MSCI ESG supera os resultados anuais com lucratividade de 8,24%.
- Desempenho durante a pandemia: o índice de investimento de impacto avançou 1,85% entre março e maio, enquanto o MSCI ACWI acumula retorno negativo de 9,16%.
Quando esta realidade é inserida no Brasil, os especialistas avaliam que o desempenho do investimento de impacto no país irá depender das famílias empresariais ricas, que poderão impulsionar este segmento com o direcionamento de aplicações à nova tendência global.