Antes da pandemia, algumas corporações no mundo já ofereciam aos seus colaboradores a possibilidade de trabalhar na modalidade home office, ainda que parcialmente. Com a implementação da quarentena, esta atividade virou o novo padrão.
No entanto, o retorno das atividades e o início da possível da vacina contra o novo coronavírus, geraram alguns questionamentos sobre como irá operar o mercado profissional após a Covid-19.
Durante o Expert 2020, evento promovido pela XP Investimentos, o gestor do Linkedin afirmou que apesar de não prever uma maneira única de exercer as atividades laborativas no pós pandemia, a tendência nas empresas pode ser aderir ao modelo de mercado hibrido, que une o trabalho remoto com o presencial.
Saiba mais sobre as previsões dos especialistas sobre o futuro dos profissionais e quais serão os desafios após o relaxamento integral da quarentena.
Novo normal no setor corporativo
Milton Beck, diretor do Linkedin, abordou no evento alguns assuntos pontos e previsões para o mercado profissional e seus desafios após a pandemia.
Questionado sobre a possibilidade do setor corporativo voltar a ser como era antes do coronavírus, o administrador respondeu que apesar de algumas desvantagens identificadas no home office, esta modalidade não deixará de ser utilizada pelas empresas.
Segundo ele, os empregadores que tinham preconceito com o trabalho remoto, passaram a enxergar com otimismo esta atividade. Por outro lado, os colaboradores que, na sua grande maioria, tinham vontade de realizar suas funções em domicílio, começaram ver que um meio termo parece ideal.
Logo, o mercado híbrido pode ser a resposta para essas duas realidades. De acordo com Beck, a expectativa para o trabalho é que as empresas implementem o home office e o trabalho presencial no ambiente corporativo.
Essa nova perspectiva de trabalho pode levar empresas à aderir o formato, considerando o lado positivo e o negativo que as duas formas de trabalho podem oferecer.
O que não deu certo no home office
Apesar da possibilidade de trabalhar remotamente já ter sido o desejo de muitos funcionários, foram identificados empregados insatisfeitos com a nova realidade.
Este descontentamento foi causado pela pressão de adaptação causada pela Covid-19 e as medidas adotadas em razão da prevenção do vírus.
Além da falta de estrutura para exercer as atividades profissionais em casa, ainda, conforme o diretor do Linkedin, cerca de 68% dos trabalhadores chegaram a operar em até quatro horas a mais do que o realizado no escritório.
Este aumento na carga horária de trabalho ocorreu devido o crescimento das supervisões dos superiores, que passaram a exigir de forma mais incisiva. Isto porque, no home office os chefes não sabem o que de fato está fazendo o seu subordinado.
Pontos positivos da modalidade
Outra ponto que também influenciou no home office foi o medo da demissão. Para o diretor, a crise que se instalou no país despertou o temor das pessoas em perderem sua fonte de renda, o que ocasionou numa entrega maior às obrigações profissionais e uma grande redução nos orçamentos familiares, segundo o InfoMoney.
Ao contrário do que muita gente pensava, o trabalho remoto impulsionou a melhora da performance dos colaboradores. Sem a necessidade de locomoção até a empresa, o tempo do funcionário foi otimizado, sendo destinado maior energia para as atividades laborativas.
Milton Beck chamou a atenção dos líderes para a comunicação com a equipe. Ele ressaltou a importância da empatia com os membros, e que ter a ciência de que cada indivíduo possui uma realidade distinta é um ponto fundamental para manter a saúde do time.
Novo mercado de trabalho
Por fim, com a pandemia, o mercado de trabalho ficará ainda mais competitivo, principalmente porque os empregadores ficaram tímidos para promover contratação de novo pessoal que, segundo Milton, está dentro do esperado diante do atual cenário.
O novo modelo poderá tentar unir os dois formatos para extrair dos colaboradores os pontos positivos de cada operação.