A crise financeira que se instalou no Brasil tem comprometido o desempenho do mercado financeiro na comercialização de títulos no setor privado. A realidade é que essas operações são essenciais para a saúde das companhias do país.
Tendo noção dos reflexos negativos neste ramo, o Banco Central anunciou recentemente a implementação de novas medidas para reaquecer o setor de finanças. As recentes movimentações visam priorizar os micros e médios negócios.
A fomentação do BC na economia é essencial para devolver segurança e credibilidade aos investidores. Para ter acesso ao recente projeto da instituição será necessário cumprir alguns requisitos que foram impostos.
Micro, pequenas e médias empresas terão preferência na compra de títulos privados. Entenda como funcionará a medida anunciada ,na última terça-feira (23). Veja também qual será a participação das pequenas empresas como protagonista do projeto recentemente divulgado.
Banco Central visa liquidez
No mês de maio, o poder legislativo realizou a análise do Projeto de Emenda Constitucional do Orçamento de Guerra a possibilidade da comercialização de títulos do setor privado. A proposta foi aprovada, mas só agora em junho falou-se na implementação.
A medida reside na fomentação do mercado financeiro por meio da compra e venda de títulos privados no mercado secundário. Com a atuação do Banco Central, essas operações se tornam mais seguras, reduzindo o risco de inadimplemento.
Essa movimentação irá reaquecer as fontes de “financiamento para empresas locais, elevando a competição no mercado de crédito em geral”, conforme nota publicado pela autarquia e noticiada no InfoMoney.
Entretanto, não são quaisquer títulos de empresas que poderão ser postos à venda. Os papéis selecionados devem corresponder a um risco pequeno, isto é, com baixa possibilidade de não pagamento. Alguns requisitos de importância são:
- A qualidade do crédito deve ser correspondente a BB- ou uma classificação melhor, de acordo com as agências especialistas de avaliação;
- Data de vencimento do título não pode ser em período anterior a 12 meses;
- Precificação dos papéis deve ter sido divulgada por instituição do mercado de aplicações que esteja vinculada ao Banco Central.
Preferência às microempresas
A autarquia federal informou que os títulos privados de micro, pequenas e médias empresas terão preferência. Isto porque existe um teto máximo na quantidade de ativos do portfólio para cada emissor desses ativos.
O Banco Central estipulou uma limitação de 7,5% da quantidade total dos títulos de sua cesta. Essa regra tem o intuito de gerenciar os riscos dessas operações. No entanto, os pequenos negócios não precisarão observar este padrão.
Segundo a instituição, os papéis emitidos por essas companhias terão uma restrição menor, como também ficarão em destaque nas ofertas públicas, servindo como “critério de desempate na seleção das propostas”.
Conforme a Folha de S. Paulo, a crise causada pela pandemia acentuou a busca por liquidez nos ativos, isto é, a necessidade de que esses títulos se transformem em retorno financeiro mais rapidamente. E é visando promover essa conversão, que o Banco Central adotou a recente medida.