De acordo com dados da empresa Cirium, cerca de 43 companhias aéreas faliram com a pandemia e outras empresas também do setor pedirão falência dos próximos meses.
O número divulgado leva em consideração os pedidos de falência desde janeiro deste ano, em comparação com 46 em todo o ano de 2019 e 56 em 2018.
Conforme analista independente da Sobie Aviation, Brendan Sobie, o setor de aviação teria sofrido falência em massa nos primeiros seis meses da crise do coronavírus sem a ajuda financeira dos governos globais.
Companhias aéreas podem sofrer maiores impactos em 2020
Apesar das afetações da crise nas empresas, o especialista Brendan Sobie afirmou que os números de companhia aéreas que decretaram falência foram administráveis para o período.
Ainda, para o especialista muitos negócios deste segmento já estavam enfrentando problemas financeiros, mas com os empréstimos do governo passaram a possuir maiores chances de recuperação.
Já para Rob Morris, chefe global de consultoria da Cirium, mesmo com os estímulos fiscais, a projeção do mercado para as companhias não são animadoras para o restante do ano.
“Com a recuperação da demanda estagnada na maioria das regiões e as companhias aéreas ainda lutando com a geração de receita e saída de caixa, esperamos ver mais falências no último trimestre de 2020 e no primeiro trimestre de 2021, pelo menos”, declarou o executivo.
Grandes empresas são as mais afetadas, conforme analista
Morris também apontou que as grandes companhias aéreas estão sofrendo os maiores déficits com a pandemia. Conforme levantamento, das 43 empresas falidas 10 operavam com dez ou mais aeronaves.
Como resultado, um volume maior de aeronaves também parou de operar. Logo, cerca de 485 aviões ficaram inativos devido às questões financeiras, contra 431 unidades em 2019 e 406 em 2018.
Esta semana, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) alertou que a indústria aérea vai registrar queima de caixa de US$ 77 bilhões entre junho e dezembro de 2020 e de até US$ 6 bilhões por mês em no ano que vem.
Também, a associação disse em julho que o tráfego de passageiros provavelmente retornará aos níveis de 2019 apenas em 2024. Recentemente, a Boeing (BOEI34) cortou sua previsão de demanda para indústria aérea estimando queda de 11% da procura por novos aviões.