Semana de queda para os mercados globais

Os casos de coronavírus em todo o mundo ultrapassaram 90 milhões na segunda-feira (11). As ações europeias caíram no início do pregão, com o aumento dos casos de coronavírus em todo o continente e a China reduzindo os estoques de commodities.

O DAX da Alemanha perdeu 0,55%, o FTSE 100 da Grã-Bretanha, o FTSE MIB da Itália e o CAC 40 da França caíram cerca de meio por cento (0,5%) cada, e o IBEX da Espanha caiu 0,2%. O índice STOXX 600 (STOXX) caiu 0,3%.

Os contratos futuros do S&P 500 (SPX) caíram 0,6%, após ganhar 1,8% na semana passada. Com os mercados de ações asiáticos também em baixa, o índice All Country World da MSCI, que acompanha ações de 49 países, caiu 0,2%, pouco abaixo do recorde de sexta-feira (8).

Semana de queda para os mercados globais
Imagem de gráfico com mensagem “mercados em queda”. Fonte: (Reprodução/Internet)

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Otimismo exagerado pode ter levado à queda

Segundo Michael Hewson, analista-chefe de mercado da CMC (CMCX), havia muito otimismo sobre as perspectivas de estímulo com o governo Biden conquistando essas duas cadeiras no Senado da Geórgia.

“O relatório da folha de pagamento (EUA) de sexta-feira foi decepcionante, ressaltando a necessidade de uma resposta fiscal mais significativa. Mas, à medida que avançamos para a segunda semana, acho que um pouco desse otimismo foi temperado com a realização de lucros.” disse Hewson.

Na Ásia, o índice mais amplo do MSCI de ações da Ásia-Pacífico fora do Japão caiu 0,2%, tendo disparado 5% na semana passada para níveis recordes. O Nikkei (NI225) do Japão foi fechado para um feriado depois de terminar em maior alta em 30 anos na sexta-feira.

A Coreia do Sul caiu 0,1%, e as blue chips chinesas caíram 1%. Na semana passada, os banqueiros de Wall Street alertaram para os mercados de ações em alta e uma recuada iminente após a exuberância de estímulos econômicos sem precedentes ter levado a preços de ativos “espumosos”.

Fed em seus maiores níveis

Mark Haefele, diretor de investimentos do UBS Global Wealth Management (UBSG), disse em uma nota que não via as avaliações como uma barreira para que a recuperação das ações continuasse, especialmente contra o pano de fundo do estímulo contínuo de políticas e do lançamento de vacinas. 

Os rendimentos de longo prazo do Tesouro estiveram em seus maiores níveis desde março, depois que o fraco relatório de empregos de sexta-feira alimentou especulações de mais estímulos fiscais dos EUA, agora que os democratas têm o controle do governo.

O presidente eleito Joe Biden deve anunciar planos para trilhões de dólares em novas contas de ajuda humanitária esta semana, muitas das quais serão pagas por empréstimos maiores.

Ao mesmo tempo, o Federal Reserve parece satisfeito em colocar o ônus na política fiscal. O vice-presidente Richard Clarida disse que não haverá mudanças em breve nos US$ 120 bilhões em dívidas que o Fed está comprando a cada mês.

Tesouro dos EUA pode recuar, diz analista

Com o Fed relutante em comprar títulos de prazo mais longo, os rendimentos do Tesouro de 10 anos saltaram quase 20 pontos-base na semana passada para 1,12%, o maior aumento semanal desde junho.

Mark Cabana, do Bank of America (BAC), alertou que o estímulo pode pressionar ainda mais o dólar e fazer com que a redução gradual do Fed comece ainda este ano. 

“Uma redução antecipada do Fed cria riscos de alta para nossa meta do Tesouro de 10 anos de 1,5% no final do ano e apóia nossas expectativas de longo prazo para taxas neutras se movendo para 3%”, disse Cabana em nota aos clientes.

Os ganhos também estarão em foco, já que JP Morgan (JPM), Citigroup (C) e Wells Fargo (WFC) estão entre as primeiras empresas a divulgar os resultados do quarto trimestre em 15 de janeiro.

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Traduzido e adaptado por equipe Folha Capital.

Fonte: Investing e Reuters.