A biofarmacêutica Sinovac, parceira do Instituto Butantã para o desenvolvimento da vacina contra o coronavírus, a Coronavac, vem enfrentando disputas na Justiça contra acionistas minoritários pela administração da empresa.
Os desentendimentos já duram mais de dois anos e já envolveu episódios como invasão de um dos seus laboratórios, suspensão das ações na Bolsa de Valores Nasdaq (NDAQ) e golpe.
Enquanto isso, a Sinovac segue na corrida pelo potencial imunizante contra o vírus junto com outras farmacêuticas como AstraZeneca (A1ZN34), Pfizer (PFIZ34) e Moderna (M1RN34).
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Sinovac interrompe atividades em laboratório após invasão
Em 2018, os acionistas minoritários da Sinovac tentaram realizar um golpe pela primeira vez invadindo um dos escritórios da companhia com o intuito de obter acesso aos registros financeiros da biofarmacêutica.
Segundo a companhia, naquele ano o acontecimento resultou na paralisação da produção de vacina contra influenza e hepatite A que estão sendo desenvolvidas no local. Devido à ação dos membros a empresa precisou se desfazer dos produtos da unidade invadida.
Como resultado, a Sinovac relatou prejuízo de cerca de US$ 2 milhões. No ano seguinte, ocorreu outra tentativa de golpe acarretando mais problemas financeiros à marca. Ainda, depois do agravamento dos episódio, a Bolsa de Valores Nasdaq suspendeu as ações da empresa até que a briga pelo poder fosse resolvida.
Empresa oculta informação sobre vacina da Covid-19
Neste ano com o surgimento da pandemia global, a Sinovac fechou parceria com o Butantan para os testes da vacina contra coronavírus no Brasil. O acordo entre as instituições prevê repasse de US$ 90 milhões à biofarmacêutica chinesa.
No mês passado, a assessoria do Butantan declarou que não revelaria onde as doses da Coronavac seriam recebidas e armazenadas por questões de segurança. Conforme a fonte, a precaução tem o objetivo de evitar sabotagem ou invasão semelhante ao episódio ocorrido anos atrás.
Em julho, a empresa deu início ao programa de uso emergencial do imunizante na população da China. A previsão é que os resultados de eficácia saiam até o final de 2020.
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