Trump rompe com OMS – Entenda o caso

Não é de hoje que o presidente norte-americano vem fazendo declarações polêmicas. Sobretudo, durante o período da pandemia que se iniciou em 2020, vários de seus posicionamentos vêm sendo criticados.

Em tempos de enfrentamento ao vírus, Trump discordou de várias orientações dadas pela Organização Mundial da Saúde. Recentemente, após o fim da alta curva de contaminação, ele anunciou o rompimento com a instituição.

As tomadas de decisões do líder de governo possui simpatizantes. Assim como ele, o presidente Bolsonaro também já apresentou descontentamento direto às recomendações da OMS. Apesar delas não serem obrigatórias, a Organização define padrões de saúde relevantes para o mundo.

Trump
Foto: Reprodução/internet

Trump rompe com OMS, entenda o caso. No final do mês de maio, juntamente com a reabertura da economia americana, o presidente dos Estados Unidos corta o vínculo com a instituição e faz acusações à China.

Desentendimentos entre Trump e OMS

Donald Trump já havia se manifestado em meses anteriores que não concordava com as medidas tomadas pela Organização Mundial da Saúde. E a discussão não foi apenas sobre as orientações em meio a pandemia, mas sobre uma suposta preferência da entidade pela China.

A rivalidade entre o país norte americano e o asiático tem traçado rotas perigosas para a economia. Com o advento do vírus, isso se intensifica nos últimos meses, levando a discussão até a Organização de Saúde.

O fato é que os Estados Unidos é um dos maiores financiadores da instituição. Os valores enviados para lá, chegam na casa de milhões de dólares. Os quais foram suspensos no mês de abril, como consequência da rixa com os chineses.

As críticas de Trump não pararam por aí. De acordo com o portal G1, o americano fez duros apontamentos sobre a OMS, sediada na Suíça, por uma suposta má gestão no combate à pandemia. Contrapondo as afirmações do presidente, a China apresentou um discurso diplomático.

O agente do Ministério de Relação Exterior chinês ressaltou a importância da OMS e das Nações Unidas em episódios críticos como estes. Alegando que o ideal seria que os países se unissem neste propósito, e que causar divisões não é a solução.

O rompimento e suas consequências

Como mencionamos no tópico anterior, o financiamento americano para a OMS foi suspenso. E no final de maio, Donald Trump afirmou que a medida é definitiva. E que os valores, que antes eram destinados para a instituição, serão aplicados em outros serviços.

O site CNBC, de origem americana, relatou que o presidente atribuiu sua decisão ao controle total da China a entidade. Comparou os financiamentos anuais entre os países, alegando que os chineses colaboram com 40 milhões de dólares, já os EUA com 450 milhões .

Trump rompe com OMS - Entenda o caso
Foto: Reprodução/internet

Também fez um discurso pressionando o país asiático a ser transparente quanto às informações sobre o vírus. Insinuando ainda, que alertaram tardiamente o restante do mundo, impedindo um combate eficaz. Questionou também uma suposta negligência chinesa.

Indagou o porquê da China ter deixado infectados de Wuhan viajarem para fora do território chinês. Incluindo os Estados Unidos e continente europeu como destino. A discussão é pessoal, já que para o presidente  aconteceu um ataque proposital ao seu país.

Como isso funcionaria na prática?

A página BBC News Brasil apresentou alguns comentários de estudiosos do direito internacional. Eles esclarecem que países que são signatários do tratado que instituiu a OMS não podem simplesmente “romper” essa relação.

Isso significa, que apesar do cancelamento dos EUA nos financiamentos para a instituição, sua declaração sobre o rompimento não tem efeitos imediatos para desfazer o vínculo. Pois de acordo com os profissionais, existe um processo para isso acontecer de fato.

Para os Estados Unidos cortar a ligação com a OMS, provavelmente será necessário um trâmite no poder legislativo. Isso é praxe no país, pois até mesmo os acordos de comércio carecem de aprovação do parlamento norte-americano.

Pronunciamento da Organização Mundial da Saúde

Tedros Adhanom, diretor-geral da instituição, lamentou a decisão de Donald Trump. E enalteceu a participação ativa dos Estados Unidos durante anos na cooperação da saúde a nível global. Afinal, o país é o maior colaborador em pesquisas e desenvolvimento da ciência.

Quanto às alegações contra a China, o diretor não se manifestou. E também não entrou em questões diplomáticas de como a medida de Trump seria incabível, quando falamos de como isso funcionaria na prática.

Por fim, informou que a OMS tem o objetivo de manter o relacionamento de parceria com os EUA. E antes de encerrar a coletiva, lembrou que a entidade cumpriu o seu papel, tomando as devidas providências para manter a população mundial ciente em relação à pandemia.