A AstraZeneca (AZN) apresentou no sábado (12) uma nova aquisição feita aos moldes antigos, para lembrar a todos a maneira que costumavam ser as fusões e aquisições de biotecnologia antes da pandemia.
A companhia farmacêutica concordou em comprar a Alexion (ALXN) dos Estados Unidos por US$ 39 bilhões, uma medida que a deve lançar no mundo de alta margem de tratamentos para doenças raras.
Ao fazer isso, a Astra (AZN) irá diversificar seu próprio fluxo de receita, se proteger contra os efeitos do precipício de patentes e fortalecer a geração de caixa tanto para atender a uma política de dividendos progressiva quanto para reduzir a carga de dívida que é uma das poucas preocupações de longo prazo acionistas.
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Ações da farmacêutica caem durante a manhã
O preço das ações da AstraZeneca (AZN) caiu 5% no meio da manhã em Londres, em meio a algumas preocupações de que ainda possa ser arrastado para uma guerra de lances.
O preço representa um prêmio de 43% sobre o preço médio de um mês da Alexion (ALXN), que parece caro à primeira vista, mas é normal no setor. A Astra está cobrindo 2/3 do custo com suas próprias ações, colhendo as recompensas da criação de valor do passado sob o presidente-executivo Pascal Soriot.
O negócio da Alexion (ALXN), que depende fortemente de um único medicamento de grande sucesso, deve receber uma avaliação mais alta quando incorporado a um portfólio mais amplo de medicamentos.
O preço das ações da Alexion (ALXN) não foi a lugar nenhum nos últimos quatro anos, principalmente por causa das preocupações com a expiração da patente que foram apenas parcialmente dissipadas pelo desenvolvimento do Ultomiris, uma versão de segunda geração de seu medicamento Soliris.
AstraZeneca (AZN) diz que LPA aumentará 10% no próximos anos
Em sua atualização mais recente, Alexion (ALXN) relatou que as vendas do Ultomiris mais do que triplicaram em termos anuais no terceiro trimestre, sugerindo que está fazendo a transição de pacientes para o novo medicamento com sucesso, e cuja proteção de patente dura mais tempo.
Isso deu à AstraZeneca (AZN) a confiança para dizer que o negócio aumentará o lucro por ação em 10% nos próximos três anos, com sinergias anuais de US$ 500 milhões, compensando os custos únicos de US$ 650 milhões.
A cobertura de dividendos, acrescentou a farmacêutica, será materialmente aprimorada. Enquanto a empresa está tomando emprestado outros US$ 17,5 bilhões para financiar o negócio, cerca de 20% disso irá para o refinanciamento da dívida da Alexion (ALXN).
Este é o tipo de movimento que já havia feito da AstraZeneca (AZN) a ação mais valiosa do FTSE100 (FTSE) antes mesmo dos eventos deste ano. Os holofotes intensos sobre a corrida por uma vacina contra Covid-19 deixaram grande parte da ação de longo prazo no setor de biotecnologia nas sombras.
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Traduzido e adaptado por equipe Folha Capital.
Fonte: Investing.