Esta semana foi marcada pela divulgação de diversos balanços financeiros de grandes empresas do país. A Petrobras (PETR3;PTR4) foi uma das companhias que apresentou seus números ao mercado.
O relatório publicado indicou que a empresa reverteu o lucro líquido de 18,9 bilhões reais obtidos entre abril e junho de 2019, em perda de 2,713 bilhões de reais no segundo trimestre deste ano.
A estatal segue o desempenho negativo obtido nos três primeiros meses do ano, com prejuízo de 48,5 bilhões de reais. A performance da empresa foi comprometido pelos impactos do coronavírus que levou à revisão dos valores dos ativos da Petrobras (PETR3;PTR4).
Acompanhe os resultados da estatal nos últimos meses.
Impacto da pandemia no desempenho trimestral
O balancete divulgado pela estatal mostrou que as perdas do segundo trimestre foram inferiores às registradas entre os meses de janeiro e março. No relatório anterior, a Petrobras (PETR3;PTR4) obteve 65,3 milhões em ativos sob análise de recuperabilidade (impairment).
Este fator não foi identificado nos últimos números, o que culminou na redução do déficit na comparação trimestral. Também, a petroleira teve seu pleito atendido pelo poder judiciário para retirar a incidência do ICMS na base de cálculo dos PIS/Cofins.
Segundo a empresa, esses pontos levaram à diminuição do prejuízo bilionário nos últimos meses. Sem a ocorrência desses fatos, os reflexos da pandemia teriam sido maiores nas operações financeiras incluindo volumes, preços e margens, informou a Petrobras (PETR3;PTR4) em seu relatório.
Cotação do petróleo e Volume de vendas
A maior parte das perdas reside na cotação do petróleo que entrou em colapso com a crise do coronavírus e as medidas de prevenção como o lockdown. Os preços do petróleo Brent teve baixa de 29% no segundo trimestre.
Em fevereiro, a precificação do Brent estava em 65 dólares por barril, já no mês de abril ela despencou para 19 dólares e as vendas da commoditie caíram em 8% pressionadas pela contração de 25% na demanda global, de acordo com a estatal.
Receitas, custos operacionais e dívidas
A demonstração financeira da petrolífera apontou recuo de 29,9% na receita de vendas, que chegaram a 50,898 bilhões de reais no segundo trimestre. Na comparação com os três primeiros meses do ano, a queda foi de 32,6%.
Este resultado foi ocasionado perda de 33% receita líquida por produtos da empresa que sofreu com a depreciação cambial. Já os custos operacionais foram reduzidos de 75,616 bilhões de reais (janeiro a março) para 8,109 bilhões (abril a junho).
O endividamento bruto da companhia chegou a 91,227 bilhões mostrando baixa de 9,7% do obtido no mesmo período no ano anterior. Porém, este número foi maior que o apresentado no primeiro trimestre de 2020.
Recuperação bilionária com decisão judicial
A Petrobras (PETR3;PTR4) vinha travando batalha na Justiça Federal para reaver os valores pagos indevidamente com a incidência equivocada do ICMS sobre os tributos PIS/Cofins. Recentemente, o poder judiciário entendeu como procedente o pedido feito pela estatal.
Conforme o InfoMoney, a empresa visa recuperar 16,9 bilhões de reais que serão restituídos por meio de compensação dos tributos de competência federal, depois de finalizado os trâmites legais.