Na segunda-feira (17), o Dólar disparou se aproximando aos valores registrados entre março e maio, período que marcou os maiores impactos da pandemia do coronavírus na economia do país.
A valorização da moeda americana frente ao Real se deu com o cenário político brasileiro instável e com o otimismo no exterior puxado pelas medidas fiscais da China.
No Brasil, o Banco Central se prepara para realizar leilão de contratos de swap cambial, a fim de estimular liquidez no mercado financeiro que vem apontando alta volatilidade nos últimos dias.
Confira últimos dados sobre a cotação do Dólar.
Maior alta da moeda americana desde maio
O Dólar comercial saltou 1,26%, a 5,495 (compra) e 5,4959 (venda). Uma alta dessa proporção não era vista desde maio deste ano, quando a moeda chegou a beirar os 6 reais, com cotação de 5,842 reais.
- Dólar futuro (after-market): avanço de 1,36%, a 5,50 reais;
- DI futuro (janeiro/2020): salto de 2,82%, com acréscimo de três pontos-base;
- DI futuro (janeiro/2023): ganho de 4,04%, com alta de quatro pontos-base;
- DI futuro futuro (janeiro/2025): aumento de 5,94%, com ganho de 15 pontos-base.
Em agosto, o Dólar acumula valorização de 5,33%. Já no ano de 2020, até então, a moeda soma alta de 37,04% frente ao Real.
Dólar opera em baixa após fala de Paulo Guedes
Contudo, a moeda americana mostrou desvalorização após Paulo Guedes reafirmar compromisso com o teto de gastos e descartar a possibilidade de sua saída do governo Bolsonaro.
- Dólar comercial caía 1,10%, às 10h25, a 5,4356
- Dólar futuro recuava 1,3%, a 5,440 reais
Iniciativa do governo chinês pode beneficiar o Real
Em meio às altas e baixas do Dólar, o banco central da China comunicou o fornecimento de empréstimo de médio prazo aos bancos do país. Esta notícia foi vista com otimismo no exterior, levando as Bolsas de valores da China a operarem em alta.
Além da reação positiva do mercado internacional, a medida fiscal do governo chinês foi vista pelos especialistas como benéfica para as moedas emergentes, incluindo o Real, que vem sofrendo desvalorização com os sucessivos avanços do Dólar, segundo a especialista em câmbio do banco Ourinvest, Fernanda Consorte.
A iniciativa gera o equilíbrio na expectativa do mercado, já que do outro lado da balança encontra-se a demora do Congresso americano em decidir sobre o pacote de estímulo trilionário na economia dos Estados Unidos.
Banco Central intervém para controlar a volatilidade
Na terça-feira (18), o Banco Central deu início ao leilão que irá negociar até 12 mil contratos de swap cambial, com vencimentos em 1º de março e 1º de julho de 2021.
A operação desses contratos é uma ferramenta utilizada pelo BC para promover o controle da volatilidade cambial, tendo em vista o alto índice de valorização do Dólar frente ao Real que já atingiu 37,04% neste ano.
De acordo com a especialista em câmbio, quando o Banco Central intervém no mercado é para gerar liquidez a este setor. Também, afirmou que embora o BC atue neste cenário, a instituição não consegue levar a cotação da moeda americana a nível inferior a 5 reais.