Todos os dias vemos como as perspectivas econômicas vêm sendo alteradas e como as instituições bancárias tem se portado frente a isso. No entanto, os relatórios sobre este setor no Brasil não estão se apresentando com otimismo.
A estimativa é de que o país tenha um retorno econômico mais lento do que maior parte do restante do mundo. Várias questões influenciam neste pensamento como o desempenho no combate ao novo vírus, discussões políticas e os próprios prejuízos gerados pela pandemia.
Conforme avaliado por vários profissionais no mercado, na última quarta-feira (17), o Banco Central anunciou corte na Taxa Selic, a qual foi parar em 2,25%. Com a expectativa negativa para o crescimento do mercado brasileiro este ano, a instituição bancária têm avaliado os riscos.
Taxa Selic pode sofrer corte para 2% até o fim do ano. Entenda como esse índice reflete diretamente na economia e quais são as perspectivas dos especialistas para economia. Acompanhe ainda, pronunciamento do Ministro da Economia sobre medidas necessárias.
Paulo Guedes sobre recessão no país
Na última quarta-feira (17), o Ministro da Economia se mostrou preocupado com a falta de reversão da crise econômica causada pela pandemia. Ele afirmou que entende como prioridade a batalha contra o novo vírus e a preservação da vida da população.
Mas, ressaltou que após o devido enfrentamento será necessário se preparar para um novo embate: combater a recessão da economia. Para Paulo Guedes, se isso não for feito, há grandes chances de entrarmos em uma depressão econômica.
Alerta também, a importância de combatermos os impactos causados pelo vírus neste setor. Durante a reunião online, Guedes ainda evidenciou a importância da assistência fiscal oferecida aos brasileiros, como os benefícios emergenciais e incentivos financeiros aos estados e municípios.
Segundo o InfoMoney, o Ministro destaca o quão necessário é a retomada das pautas de reformas tributárias que estão tramitando no poder legislativo. De acordo com ele, o governo está próximo de finalizar as ações emergenciais e retomaram as questões econômicas em breve.
Privatização pode ser a solução?
Não é novidade que um dos pontos mais fortes da agenda do governo Bolsonaro é a privatização de alguns setores. Recentemente, até o Banco do Brasil entrou nesse debate sobre uma futura venda de 50% das ações que hoje são da União.
No recente encontro com o Conselho de Programa de Parcerias de Investimentos, Paulo Guedes colocou em pauta o seu interesse em comercializar quatro companhias que possuem capital do Governo Federal ainda este ano. Dentre elas estão a Eletrobras e os Correios.
No entanto, para que essa venda de alguma dessas empresas ocorra é necessária a aprovação do Congresso Nacional, o que pode dificultar a concretização dos projetos do Ministro da economia.
A privatização desses setores é bem vista pelo mercado internacional, por este motivo Guedes planeja antecipar essas movimentações para que a economia possa se recuperar com mais rapidez, aumentando o capital brasileiro que foi defasado em razão da pandemia.
Conforme fontes do MoneyTimes, a Eletrobras apresentou valorização com a repercussão de sua privatização. Prova disso foi a crescente de suas ações que obtiveram ganhos de mais de 15%.
Essas providências caminham de encontro à ideologia liberal para a economia proposta pelo presidente Bolsonaro no ato de sua candidatura. Tudo indica que após a conclusão dos projetos emergenciais para trabalhadores informais e famílias carentes, a economia retome seu processo.
Selic aponta redução de 0,75%
Nos últimos dias, existiu uma especulação de mais uma baixa na Taxa Selic. Sem apresentar surpresas ao mercado, o Banco Central anunciou novo corte neste índice. A redução foi de 0,75%, colocando a taxa em 2,25% a.a.
Para os profissionais dessa área, a baixa já era esperada, tendo em vista que o cenário da economia brasileira ainda permanece pessimista, mesmo após uma aparente melhora aos olhos internacionais.
Entretanto, o país mostra sérias dificuldades para se reaquecer no mercado. A expectativa é que outras diminuições ocorram durante este ano, sendo possível cortes de até 2%. Os dados podem mudar de acordo com o desempenho do governo em frear os contágios do vírus e as reações do mercado no exterior.
Outro fator que pode interferir numa melhora ou piora desse quadro são as medidas fiscais de natureza emergencial para a população. A soma dessas iniciativas são bilionárias, logo, uma futura ampliação delas pode também afetar diretamente nas futuras projeções.
Diagnóstico dos especialistas
Para os especialistas, o panorama econômico ainda é de risco, principalmente diante de várias previsões de retração no mercado mundial. Isso reflete na falta de exatidão do trajeto da inflação, que pode operar abaixo do estimado.
Dessa forma, o corte da Taxa Selic parece viável frente às oscilações e riscos apontados, um aumento dela ,neste contexto, pode desacelerar ainda mais as engrenagens da economia do país.
Logo, a iniciativa de reduzi-la parece ser seguro diante da lentidão causada pelo vírus e que é sentida de forma geral pelo mundo. Por fim, acredita-se que o prosseguimento das reformas fiscais pode ser a luz do fim do túnel para o Brasil.