A recente, e notável, ascensão do Bitcoin para além dos US$ 30.000 surpreendeu Wall Street, e um dos maiores bancos de investimento dos EUA acha que a moeda digital poderia ter muito mais para operar.
Em uma nota publicada na segunda-feira (4), o JPMorgan (JPM) fez uma meta de preço de longo prazo para o Bitcoin, alegando que a criptomoeda poderia subir até US$ 146 mil, já que compete com o ouro como moeda alternativa. Mas, há um problema.
O valor de mercado do Bitcoin, calculado pela multiplicação do preço pelo número total de moedas em circulação, está atualmente em mais de US$ 575 bilhões. De acordo com o JPMorgan (JPM), teria de subir 4,6 vezes para se equiparar aos US$ 2,7 trilhões de investimentos em ouro do setor privado.
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Volatilidade do Bitcoin preocupa investidores
Para que o valor de mercado do Bitcoin atingisse esse nível, sua volatilidade de preço precisaria cair para dar a grandes investidores institucionais a confiança necessária para fazer grandes apostas. O Bitcoin é conhecido por sua grande volatilidade.
O Bitcoin subiu 1% nas últimas 24 horas de terça-feira (5), sendo negociado por cerca de US$ 31.720, de acordo com dados do provedor de dados de mercado de criptografia Coin Metrics.
Este lado positivo de longo prazo com base na equalização da capitalização de mercado do Bitcoin com a do ouro para fins de investimento está condicionada à volatilidade do Bitcoin convergindo para a do ouro no longo prazo, escreveram os estrategistas do JPMorgan (JPM).
“A razão é que, para a maioria dos investidores institucionais, a volatilidade de cada classe é importante em termos de gestão de risco da carteira e quanto maior a volatilidade de uma classe de ativos, maior o capital de risco consumido por essa classe de ativos.” disseram os estrategistas.
Recente alta é diferente de 2017, diz JPM
Os criptógrafos dizem que a recente alta do Bitcoin é marcadamente diferente de uma bolha do final de 2017, que viu a moeda disparar perto de US$ 20 mil, apenas para cair para US$ 3.122 no ano seguinte.
É diferente porque os investidores institucionais estão começando a comprar, e isso é visto como um impulso crucial de confiança para o ativo digital. Os céticos vêem a alta do bitcoin em 2020 como uma reminiscência da espumosa ação do mercado em 2017.
Eles o vêem como um ativo especulativo sem valor intrínseco e uma bolha que provavelmente estourará em algum momento. Ainda assim, o JPMorgan (JPM) diz que há poucas dúvidas de que o impulso do fluxo institucional para o bitcoin é o que distingue 2020 de 2017.
“É improvável que uma convergência nas volatilidades entre bitcoin e ouro aconteça rapidamente e, é um processo de vários anos. Isso implica que a meta de preço teórica do bitcoin acima de US$ 146 mil deve ser considerada como uma meta de longo prazo”, finalizou a companhia.
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Traduzido e adaptado por equipe Folha Capital.
Fonte: CNBC.