Um das iniciativas mais recomendadas pelos educadores financeiros é fazer um fundo de emergência, isto é, aquela quantidade de dinheiro que só poderá ser utilizado em casos de extrema necessidade e em situações que não estavam previstas no orçamento.
O ideal é criar esta reserva de dinheiro em pelo menos três meses e deixá-la guardada em uma opção de aplicação que ofereça uma liquidez consideravelmente alta, para que no ato do resgate a aplicação ofereça o rendimento necessário.
Porém, atualmente, as alternativas para esta finalidade não vêm apresentando rentabilidade suficiente, mas sim indicando ganhos menores até mesmo que a inflação. Logo, é válido avaliar o mercado antes de empregar o fundo de emergência.
Veja quais cuidados tomar no gerenciamento da reserva financeira.
Recomendações de proteção ao patrimônio
1. Não confunda fundo de emergência com investimento;
2. Não destine a reserva em aplicações de renda variável;
3. Liquidez é mais importante que rentabilidade;
4. Atualize o fundo de emergência;
5. Não gaste a reserva com despesas previsíveis;
6. Evite títulos públicos com vencimento para longo prazo.
Fundo de emergência e renda variável
Algumas pessoas confundem o conceito de fundo de emergência com o de investimento, que é o emprego de capital que tem o objetivo de ampliar um determinado patrimônio.
Por outro lado, o fundo de emergência é criado para proteger o patrimônio de eventualidades. Logo, o aconselhável é destinar este valor para alternativas que preserve o orçamento, consequentemente o mercado de ações se torna inviável para esta finalidade.
Nesse sentido, se a reserva de emergência é criada como mecanismo de proteção às finanças, destiná-lo às aplicações de renda variável pode não ser uma boa estratégia. Isto porque esses investimentos podem levar prejuízos a depender do sentimento do mercado.
Rentabilidade e Liquidez
Outro fator importante é que apesar da rentabilidade ser algo relevante para o fundo de emergência, é recomendado que a liquidez seja o primeiro ponto a ser observado para aplicação das reservas.
A liquidez nada mais é que a capacidade do investimento em se converter em dinheiro, já a rentabilidade está relacionado ao percentual financeiro previsto para um investimento.
Despesas previsíveis e atualização da reserva
É válido reforçar que o dinheiro guardado tem natureza emergencial, logo, despesas previsíveis não podem ser motivo para resgate do fundo.
Se o objetivo é economizar e aproveitar condições financeiramente consideradas como imperdíveis, o mecanismo correto a ser utilizado é a reserva de oportunidade.
Os especialistas do mercado aconselham a revisão periodicamente do fundo de emergência, levando em consideração gastos mensais, fixos e mutáveis. Atualizar a reserva é essencial para a preservação das finanças e ajuda a evitar imprevistos.
Títulos públicos e tempo de aplicação
O recomendado para os aplicações em títulos públicos é que esses papéis tenham vencimentos diversos, pensados a curto, médio e longo prazo.
No entanto, quanto ao fundo de emergência o ideal não é investir em títulos de longo prazo, pois o rendimento pode ser afetado por um fenômeno chamado marcação a mercado, que pode ser uma ameaça para investidores que buscam recursos com urgência.
Para esta finalidade, o Tesouro Selic é um dos títulos queridinhos dos investidores conservadores. Mas, com os diversos cortes da taxa básica de juros, os papéis passaram a ser vistos com pouca atratividade.
Com o intuito de reverter este quadro, o Tesouro Nacional juntamente com a B3 anunciou a isenção da taxa de custódia das aplicações em títulos vinculados à Taxa Selic com valor máximo de 10 mil reais.
Portanto, com as alterações promovidas pelo Tesouro, os títulos podem voltar a ser uma alternativa atrativa na hora de aplicar a reserva de emergência.